Estudo clínico em Doença de Crohn

Estudo com uma nova alternativa de tratamento em investigação para pacientes diagnosticados com Doença de Crohn está disponível e busca voluntários com idade entre 18 e 80 anos para se candidatar a participar da pesquisa.

Doença de Crohn

Você conhece alguém que diz ter a Doença de Crohn? Mas você sabe exatamente o que esta doença faz ao nosso corpo? Então vamos lá! O Crohn é uma doença crônica inflamatória bem séria do trato gastrointestinal que afeta predominantemente a parte inferior do intestino delgado, que tem o nome de íleo e intestino grosso (cólon), mas pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal.  

A ciência até hoje, infelizmente, ainda não conseguiu descobrir a causa, nem a cura da doença. Acredita-se que possa ser decorrente de uma desregulação do sistema imunológico, que diminuem as defesas do nosso organismo. O que os especialistas já sabem é que fatores genéticos, ambientais, microbiota intestinal, dietéticos ou infecciosos também estão envolvidos no desencadeamento da doença. 

Sintomas

O paciente com a doença de Crohn tem uma maior dificuldade para absorção dos nutrientes. Os primeiros sintomas da doença podem levar meses ou anos para aparecer, isso porque depende muito da extensão da inflamação. Além disso, algumas pessoas podem apresentar um ou mais sintomas e não desconfiar que tem a doença, já que os sintomas podem ser confundidos com outros problemas gastrointestinais. 

Embora os sintomas possam variar bastante de uma pessoa para a outra, Estes sintomas normalmente aparecem por períodos conhecidos como “crises”, e, depois, tendem a desaparecer completamente, até que uma nova crise aconteça.

Os sintomas podem causar fraqueza e falta de energia, além de dores na região inferior do abdômen, que comumente chamamos de cólica abdominal, diarreia, perda de apetite, perda de peso e febre.  Se a síndrome já estiver mais avançada, pode causar dores articulares, aftas, inflamação dos olhos, lesões na pele, nódulos dolorosos e avermelhados, pedras nos rins ou vesícula biliar e sangramento retal, podendo também aumentar o risco de câncer no cólon. Vale lembrar que os sintomas podem variar de leve a grave, mas em geral, as pessoas com doença de Crohn podem ter uma vida ativa e produtiva.

Diagnóstico e Exames

Como não há um exame específico que determine se o paciente tem ou não doença de Crohn e como os sintomas se assemelham aos de outras doenças infecciosas do intestino, a avaliação clínica do médico especialista é primordial, se fazendo necessária uma análise do histórico do paciente, exames físicos e de sangue.  Para localizar as áreas afetadas pela doença, é necessário realizar exames de imagem como ressonância magnética,endoscopia digestiva, colonoscopia, tomografia e raios X do trânsito intestinal. Lembrando que, os pacientes que convivem com a doença por mais de 10 anos precisam fazer o controle periódico com o exame de colonoscopia. Os especialistas que fazem o diagnóstico, tratamento e acompanhamento da doença de Crohn são o Gastroenterologista, o Coloproctologista e o Cirurgião do Aparelho Digestivo.

Tratamento

O tratamento da doença de Crohn é realizado inicialmente com medicamentos e vai depender da avaliação médica e de qual nível é a gravidade da inflamação, sendo o objetivo principal a melhora dos sintomas e a cicatrização do intestino.  As opções terapêuticas são variadas e a escolha dos medicamentos para reprimir o processo inflamatório e infeccioso deve ser avaliada caso a caso. Entre eles, podem ser ministrados os corticoides, antibióticos, imunomoduladores e biológicos. Já a cirurgia é indicada apenas nos casos com complicações.

Recomendações

Ressaltamos que não existe causa específica para que a pessoa desenvolva a doença de Crohn, mas ter uma alimentação saudável balanceada, evitando comidas gordurosas de origem animal e incluindo mais alimentos ricos em fibra, não fumar e praticar atividade física regularmente são hábitos que ajudam no seu controle. 

Agora, abordando um pouco mais sobre a alimentação, temos algumas orientações que com certeza lhe ajudarão a seguir firme na batalha contra a doença.

Alimentos permitidos

As carnes magras devem fazer parte da dieta do paciente, assim como os peixes e as aves (ambos sem a pele). Se prefere consumir ovo, opte pela versão mexido, pochê, cozido ou omelete. A alimentação não precisa ser sem graça, estão liberados o uso de sal, temperos naturais e o vinagre.  Se quiser tomar leite, lembre-se: sem lactose. Os pães liberados são os do tipo francês ou de forma, broa de milho, torradas e bolachas não recheadas. O velho e bom arroz refinado de todo dia está liberado, assim como o macarrão, mas o molho precisa ser sem condimento.  As frutas como maçã, pera, goiaba (todas sem a casca), banana maçã, banana nanica, caju, limão podem ser ingeridos na forma crua ou se preferir cozidas, mas como compotas. Além disso os sucos dessas frutas são sempre bem-vindos.  Quanto aos legumes, invista na cenoura, chuchu, abobrinha, batata, cará, inhame, mandioquinha e mandioca, porém eles devem ser ingeridos sempre cozidos. Já o feijão, ervilha, grão de bico, lentilha e soja devem ser ingeridos somente como caldos, sem consumir os grãos. Os doces devem ser de preferência os dietéticos e que não contenham açúcar.

Alimentos a serem evitados

Sabemos que a maioria dos alimentos gostosos são os mais difíceis de ingerir e, portanto, o paciente deve evitá-los. São eles: leite integral, leite condensado, creme de leite, leite achocolatado; queijos amarelos (tipo muçarela ou prato), parmesão, cheddar, roquefort, margarina e manteiga, açúcar em grande quantidade e doces como goiabada, marmelada e chocolates.  As verduras folhosas e os condimentos picantes como páprica, orégano, pimenta do reino, pimentas, mostarda e catchup não devem ser consumidos. Na lista do que se deve evitar estão as bebidas alcoólicas e as com cafeína, como o café. 

Nossas recomendações: 

Para que você tenha uma dieta adequada, algumas mudanças no dia a dia também irão lhe ajudar. Nossas dicas são: 

  • Faça pequenas refeições, de preferência de 5 a 6 refeições diárias; 
  • Coma devagar e mastigue bem os alimentos. Nada de pressa neste momento; 
  • Substitua o açúcar por adoçante; 
  • Beba bastante líquidos nos intervalos das refeições e no mínimo 2 litros ao dia, pois é muito importante manter-se hidratado; 
  • Prepare os alimentos cozidos, grelhados ou assados. Evite as frituras; 
  • Utilize gordura em pequena quantidade quando for cozinhar os alimentos e use óleo de milho, girassol, soja ou azeite. 

 

Portanto, se você ou alguém da sua família for diagnosticado com a doença de Crohn, não fique triste ou chateado! Lembre-se que cada paciente é único e deve ser tratado de acordo com seus hábitos, preferências e estado atual da doença e sempre tenha em mente que o mais importante é procurar ajuda de um especialista.

Fontes: 

  1. https://www.abcd.org.br/sobre-a-doenca-de-crohn/ 
  2. https://www.h9j.com.br/pt/sobre-nos/blog/doenca-de-crohn 
  3. https://www.tuasaude.com/como-identificar-a-sindrome-de-crohn/ 
  4. https://www.mdsaude.com/gastroenterologia/doenca-de-crohn/ 
  5. https://abcd.org.br/wp-content/uploads/2014/02/Dicas-de-alimenta%C3%A7%C3%A3o-para-DII.pdf 
  6. https://www.tuasaude.com/dieta-para-doenca-de-crohn/

Pesquisa Clínica

O desenvolvimento de medicamentos e equipamentos médicos para o tratamento do câncer, AIDS, entre outras enfermidades, vacinas que nos protegem de doenças como a febre amarela, sarampo e poliomielite, só é possível com a realização de estudos clínicos realizados com seres humanos, para garantir que são realmente eficazes e seguros. No mundo, são milhões de pessoas que participam anualmente de estudos clínicos, contribuindo para a evolução da ciência e garantindo tratamentos mais eficazes e acessíveis a todos.

São estudos aprovados pela Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) para comprovar se um tratamento, medicamento ou dispositivo médico são eficazes e seguros em humanos. Os voluntários recebem o tratamento e exames gratuitamente que são acompanhados por médicos durante o estudo e podem desistir a qualquer momento. Apenas depois de passar pelos estudos clínicos que um medicamento pode ser liberado para uso pela população. Os estudos são fiscalizados pelo Ministério da Saúde através da ANVISA, CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) e CEP (Comitê de Ética em pesquisa). Estes órgãos revisam, aprovam e inspecionam a pesquisa para garantir a proteção dos direitos, segurança e bem-estar dos voluntários. São milhões de voluntários em todo mundo participando de mais de 200.000 pesquisas por ano. Para participar o voluntário precisa preencher critérios de inclusão e não apresentar nenhum critério de exclusão referentes a sua saúde.

O responsável pelo estudo clínico é um médico ou dentista e é chamado de Investigador Principal ou Pesquisador Principal. Os estudos são realizados em locais chamados Centros de Pesquisa que podem ser hospitais ou clínicas, com a infraestrutura necessária para realizá-los com toda a segurança.

O participante da pesquisa clínica tem algumas obrigações a cumprir, que variam muito de um estudo para outro. Normalmente entre estas obrigações estão o comparecimento com determinada frequência ao centro de pesquisa e tomar a medicação conforme prescrito.

O interessado tem total autonomia para decidir se quer ou não participar do estudo. Antes de tomar esta decisão ele receberá todas as informações necessárias e todas as suas dúvidas serão esclarecidas. Caso decida não participar o interessado não será punido e nem prejudicado de forma nenhuma. Mesmo decidindo participar, o participante poderá desistir a qualquer momento.

A saúde do participante é prioridade, sendo assim, nenhum estudo será realizado se puder prejudicar o participante e qualquer estudo que estiver apresentando mais riscos que benefícios ao participante deverá ser interrompido. Em caso de qualquer dano ao participante, este deverá ser indenizado.

O participante de pesquisa não terá nenhum gasto ou será reembolsado de gastos em decorrência do estudo clínico (como transporte para realizar as consultas e exames previstos no protocolo). Não pode haver despesas pessoais para o participante de pesquisa em qualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas.

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